segunda-feira, 26 de maio de 2014

2º Aula de Valores Humano 2014



VALOR ABSOLUTO: Retidão

VALOR RELACIONADO: Iniciativa


INICIATIVA: Ação de quem propõe ou faz primeiro alguma coisa.  Qualidade de quem é levado a agir espontaneamente: ter a iniciativa.


CITAÇÃO:
Elaborar estratégias pessoais diante de situações problema.
(Pensamento crítico reflexivo)


HARMONIZAÇÃO:
No lugar onde você está fique em silêncio, vá acalmando seu coração, sinta as batidas dele, sinta também o ar entrando por suas narinas e levando bem estar à cabeça e descendo lentamente até os pés...
Agora, com o corpo leve, imagine, visualize, você cuidando de uma planta, você a molha todos os dias, dá o adubo necessário, mexe na terra, tira suas folhas mortas e poda pra que ela se desenvolva melhor. Imagine um dia em que você acorda e está planta está cheia de flores, você olha e se encanta com a beleza das flores, com a ternura, com a textura, com o perfume. E nesse momento você observa como seu cuidado gerou um resultado bonito. Agora imagine você fazendo isso com uma pessoa, qualquer pessoa, imagine alguém precisando de você e você a ajudando, sinta o amor fluindo de você e voltando para você, imagine... imagine... imagine...


HISTÓRIA:

QUANDO A ESCOLA É DE VIDRO

“Naquele tempo eu até que achava natural que as coisas fossem daquele jeito.
Eu nem desconfiava que existissem lugares muito diferentes…
Eu ia para a escola todos os dias de manhã e quando chegava, logo, logo, eu tinha que me meter no vidro.
É, no vidro!
Cada menino ou menina tinha um vidro e o vidro não dependia do tamanho de cada um, não!
O vidro dependia da classe em que a gente estudava. Se você estava no primeiro ano ganhava um vidro de um tamanho. Se você fosse do segundo ano seu vidro era um pouquinho maior. E assim, os vidros iam crescendo à medida que você ia passando de ano.
Se não passasse de ano, era um horror. Você tinha que usar o mesmo vidro do ano passado, coubesse ou não coubesse. Aliás nunca ninguém se preocupou em saber se a gente cabia nos vidros. E pra falar a verdade, ninguém cabia direito. Uns eram muito gordos, outros eram muito grandes, uns eram pequenos e ficavam afundados no vidro, nem assim era confortável. Os muitos altos de repente se esticavam e as tampas dos vidros saltavam longe, às vezes até batiam no professor. Ele ficava louco da vida e atarraxava a tampa com força, que era pra não sair mais. A gente não escutava direito o que os professores diziam, os professores não entendiam o que a gente falava…
As meninas ganhavam uns vidros menores que os meninos. Ninguém queria saber se elas estavam crescendo depressa, se não cabiam nos vidros, se respiravam direito… A gente só podia respirar direito na hora do recreio ou na aula de educação física. Mas aí a gente já estava desesperado, de tanto ficar preso e começava a correr, a gritar, a bater uns nos outros.
As meninas, coitadas, nem tiravam os vidros no recreio. E na aula de Educação Física elas ficavam atrapalhadas, não estavam acostumadas a ficarem livres, não tinham jeito nenhum para Educação Física. Dizem, nem sei se é verdade, que muitas meninas usavam vidros até em casa. E alguns meninos também.
Estes eram os mais tristes de todos. Nunca sabiam inventar brincadeiras, não davam risada a toa, uma tristeza! Se a gente reclamava? Alguns reclamavam. Então os grandes diziam que sempre tinha sido assim; ia ser assim o resto da vida.
A minha professora dizia que ela sempre tinha usado vidro, até para dormir, por isso é que ela tinha boa postura.
Uma vez um colega meu disse pra professora que existem lugares onde as escolas não usam vidro nenhum, e as crianças podem crescer a vontade. Então a professora respondeu que era mentira. Que isso era conversa de comunistas. Ou até coisa pior… Tinha menino que tinha até que sair da escola porque não havia jeito de se acomodar nos vidros. E tinha uns que mesmo quando saiam dos vidros ficavam do mesmo jeitinho, meio encolhidos, como se estivessem tão acostumados que estranhavam sair dos vidros.
Mas uma vez veio para a minha escola um menino, que parece que era favelado, carente, essas coisas que as pessoas dizem pra não dizer que era pobre. Ai não tinha vidro pra botar esse menino. Então os professores acharam que não fazia mal não, já que ele não pagava a escola mesmo…
Então o Firuli, ele se chamava Firuli, começou a assistir as aulas sem estar dentro do vidro.
Engraçado é que o Firuli desenhava melhor que qualquer um, o Firuli respondia perguntas mais depressa que os outros, o Firuli era muito mais engraçado… Os professores não gostavam nada disso… Afinal, o Firuli podia ser um mau exemplo pra nós…
Nós morríamos de inveja dele, que ficava no bem-bom, de perna esticada, quando queria ele espreguiçava, e até meio que gozava a cara da gente que vivia preso.
Então um dia um menino da minha classe falou que também não ia entrar no vidro.
Dona Demência ficou furiosa, deu um coque nele e ele acabou tendo que se meter no vidro, como qualquer um.
Mas no dia seguinte duas meninas resolveram que não iam entrar no vidro também:
- Se Firuli pode por que é que nós não podemos?
Mas dona Demência não era sopa. Deu um croque em cada uma, e lá se foram elas, cada uma pro seu vidro…
Já no outro dia a coisa tinha engrossado. Já tinha oito meninos que não queriam saber de entrar nos vidros. Dona Demência perdeu a paciência e mandou chamar seu Hermenegildo que era o diretor lá da escola. Hermenegildo chegou muito desconfiado:
Aposto que essa rebelião foi fomentada pelo Firuli. É um perigo esse tipo de gente aqui na escola. Um perigo!
A gente não sabia o que queria dizer fomentada, mas entendeu muito bem que ele estava falando mal do Firuli. Seu Hermenegildo não conversou mais. Começou pegar os meninos um por um e enfiar á força dentro dos vidros. Mas nós estávamos loucos para sair também, e para cada um que ele conseguia enfiar dentro do vidro, já tinha dois fora.
E todo mundo começou a correr do seu Hermenegildo, que era para ele não pegar a gente, e na correria começamos a derrubar os vidros. E quebramos um vidro, depois quebramos outro e outro mais e dona Demência já estava na janela gritando:
- SOCORRO! VÂNDALOS! BÁRBAROS! (Pra ela bárbaro era xingação). Chamem os Bombeiros, o Exército da Salvação, a Polícia Feminina…
Os professores das outras classes mandaram cada um, um aluno para ver o que estava acontecendo.
E quando os alunos voltaram e contaram a farra que estava na 6ª série todo mundo ficou assanhado e começou a sair dos vidros. Na pressa de sair começaram a esbarrar uns nos outros e os vidros começaram a cair e a quebrar.
Foi um custo botar ordem na escola e o diretor achou melhor mandar todo mundo pra casa, que era pra pensar num castigo bem grande, pro dia seguinte. Então eles descobriram que a maior parte dos vidros estava quebrada e que ia ficar muito caro comprar aquela vidraria toda de novo. Então diante disso seu Hermenegildo pensou um bocadinho, e começou a contar pra todo mundo que em outros lugares tinha umas escolas que não usavam vidro nem nada, e que dava bem certo, as crianças gostavam muito mais. E que de agora em diante ia ser assim: nada de vidro, cada um podia se esticar um bocadinho, não precisava ficar duro nem nada, e que a escola agora ia se chamar Escola Experimental.
Dona Demência, que apesar do nome não era louca nem nada, ainda disse timidamente:
- Mas seu Hermenegildo, Escola Experimental não é bem isso…
Seu Hermenegildo não se perturbou:
- Não tem importância. A gente começa experimentando isso. Depois a gente experimenta outras coisas…
E foi assim que na minha terra começaram a aparecer as Escolas Experimentais.
Depois aconteceram muitas coisas, que um dia eu ainda vou contar…”

(Ruth Rocha)


PERGUNTAS PARA REFLEXÃO
1- Como era a escola antes da chegada de Firuli?
2- Quando as crianças começaram a sair dos vidros?
3- Os estudantes conseguiram mudar a escola deles? Como?
4- Houve resistência por parte da escola? Como foi essa resistência?


MÚSICA: Coração de estudante – Milton Nascimento

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar
Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
A folha da juventude
É o nome certo desse amor
Já podaram seus momentos
Desviaram seu destino
Seu sorriso de menino
Quantas vezes se escondeu
Mas renova-se a esperança
Nova aurora, cada dia
E há que se cuidar do broto
Pra que a vida nos dê
Flor, flor, e fruto
Coração de estudante
Há que se cuidar da vida
Há que se cuidar do mundo
Tomar conta da amizade
Alegria e muito sonho
Espalhados no caminho
Verdes, planta e sentimento
Folhas, coração,
Juventude e fé.



DINÂMICA: Cada aluno recebe duas tiras de papel sulfite, em uma escreve uma frase com um direito como aluno e na outra um dever. Depois, junto com a professora constroem-se dois cartazes um dos direitos e um dos deveres.

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