Valor absoluto: Amor
Valor relacionado: Alegria
Conceito de alegria:
Alegria é uma das muitas emoções experimentadas pelos seres humanos. É um
sentimento prazeroso que normalmente é despertado pela relação com alguma
pessoa ou coisa, é uma emoção manifestada com tal intensidade que contagia, traz
bem estar e contentamento.
Citação: Nenhum de nós é tão bom quanto
todos nós juntos.
Harmonização: Sente-se confortavelmente em sua
cadeira, deixe sua coluna reta e os olhos fechados, inspire fundo e expire
devagar, traga bons pensamentos à sua mente. Procure pensar num mundo onde todos são iguais, gostam das
mesmas coisas e pensam iguaizinhos um ao outro. Será que esse lugar é onde?
Será que esse lugar é bom? Será que nesse lugar uns aprendem com os outros?
Vamos ouvir uma história que que começa assim, com todo mundo igual. Agora abra
os olhos e o coração para receber a mensagem da aula de hoje.
COMO NASCEU A ALEGRIA
(Rubem Alves)
Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim
maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores
cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa,
todo dia. Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas...
Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse:
- Galo, logo que o sol aparecer,
bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes
acordem...
E é por isto que, ainda hoje, os galos
cantam de manhã... Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas,
infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais
bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se
perguntavam, sem parar:
- Não sou a mais linda de todas?
Até pareciam a madrasta da Branca
de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem
percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem
resposta. E eram, assim, belas e infelizes. No meio de tanta beleza
infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha,
que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e
infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem
ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala
macia. Era amiga. Até que ela começou a notar que as outras flores a
olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente.
- Por que é que as outras flores
me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha
pétala...? - Por que será?
- Que é que você acha?, perguntou o
pai. Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria
que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala.
- Acho que é porque eu sou meio
esquisita..., a florinha respondeu. E ela foi ficando triste, triste...
Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores.
- Já estou cansada de explicar.
Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam... Até que ela
chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e
infelizes. A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima
quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe
contou baixinho:
- A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água... Os pássaros voaram até as nuvens.
- A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água... Os pássaros voaram até as nuvens.
- Nuvens, a florinha está
chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de
chuva... As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva
enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos
anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo.
E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também... E
Deus, que era uma flor, começou a chorar também. E a sua dor foi tão
grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas
pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha. E aquele choro todo, da
terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca
havia caído. O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta
tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris... E as
chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos.
Nos mares apareceram os peixes grandes. A florinha abriu os olhos e se
espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua
tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca
se entortou para cima, num riso gostoso... E foi então que aconteceu o
milagre. As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca
riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor
apareceu. O perfume é o sorriso da flor.E o perfume foi chamando bichos e mais
bichos... Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as
borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a
flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro
do seu sorriso, era doce, virava mel... Esta é a estória do nascimento da
alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso
virou perfume. A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que,
deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava,
como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram
usados. De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles,
guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a
florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o
brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim...
Perguntas para reflexão
- Como era o reino das flores no início da história? O que predominava em seus corações?
- Que acontecimento diferente ocorreu no reino?
- Como a florzinha se sentia? Como quem ela conversava?
- Houve um grande movimento no reino após o nascimento daquela florzinha. Como foi tudo isso?
- Como Deus se sentiu diante de tal situação?
- Aqui, a sala de aula, não é um jardim, mas vamos nos comparar com um. Nós somos todos iguais? Em que somos iguais? Em que somos diferentes?
- Como devemos agir para que entre nossas igualdades e diferenças cresçamos e aprendamos uns com os outros?
Sugestão de atividades
Após
realizar o diálogo reflexivo com os alunos, pedir para que façam o registro do assunto
abordado por meio de uma produção de texto ou através de um desenho.
Músicas:
Vamos construir – Sandy e
Junior
Pé de Alegria – Flávia
Wenceslau
Dinâmica:
Juntos
construir o Contrato Didático da sala.
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