quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

1ª aula de Valores Humanos 2015


Valor absoluto: Amor

Valor relacionado: Alegria

Conceito de  alegria: Alegria é uma das muitas emoções experimentadas pelos seres humanos. É um sentimento prazeroso que normalmente é despertado pela relação com alguma pessoa ou coisa, é uma emoção manifestada com tal intensidade que contagia, traz bem estar e contentamento.

Citação: Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos.

Harmonização: Sente-se confortavelmente em sua cadeira, deixe sua coluna reta e os olhos fechados, inspire fundo e expire devagar, traga bons pensamentos à sua mente. Procure pensar  num mundo onde todos são iguais, gostam das mesmas coisas e pensam iguaizinhos um ao outro. Será que esse lugar é onde? Será que esse lugar é bom? Será que nesse lugar uns aprendem com os outros? Vamos ouvir uma história que que começa assim, com todo mundo igual. Agora abra os olhos e o coração para receber a mensagem da aula de hoje.


COMO NASCEU A ALEGRIA 

(Rubem Alves)


Você pode não acreditar, mas é verdade: muitos anos atrás a terra era um jardim maravilhoso. É que os anjos, ajudados pelos elefantes, regavam tudo, com regadores cheios de água que eles tiravam das nuvens. Esta era a sua primeira tarefa, todo dia. Se esquecessem, todas as plantas morreriam, secas, estorricadas... Para que isso não acontecesse, Deus chamou o galo e lhe disse:


 - Galo, logo que o sol aparecer, bem cedinho, trate de cantar bem alto para que os anjos e os elefantes acordem... 

    E é por isto que, ainda hoje, os galos cantam de manhã... Flores havia aos milhares. Todas eram lindas. Mas, infelizmente, todas elas eram igualmente vaidosas e cada uma pensava ser a mais bela. E, exibindo as suas pétalas, umas para as outras, elas se perguntavam, sem parar:

 - Não sou a mais linda de todas?

    Até pareciam a madrasta da Branca de Neve. Por causa da vaidade, nenhuma delas ouvia o que as outras diziam e nem percebiam que todas eram igualmente belas. Por isso, todas ficavam sem resposta. E eram, assim, belas e infelizes. No meio de tanta beleza infeliz, entretanto, certo dia uma coisa inesperada aconteceu. Uma florinha, que estava crescendo dentro de um botão, e que deveria ser igualmente bela e infeliz, cortou uma de suas pétalas num espinho, ao nascer. A florinha nem ligou e vivia muito feliz com sua pétala partida. Ela não doía. Era uma pétala macia. Era amiga. Até que ela começou a notar que as outras flores a olhavam com olhos espantados. E percebeu, então, que era diferente.

 - Por que é que as outras flores me olham assim, papai, com tanto espanto, olhos tão fixos na minha pétala...? - Por que será?

- Que é que você acha?, perguntou o pai. Na verdade, ele bem sabia de tudo. Mas ele não queria dizer. Queria que a florinha tivesse coragem para olhar para as vaidosas e amar a sua pétala.

 - Acho que é porque eu sou meio esquisita..., a florinha respondeu. E ela foi ficando triste, triste... Não por causa da sua pétala rachada, mas por causa dos olhos das outras flores.

 - Já estou cansada de explicar. Eu nasci assim... Mas elas perguntam, perguntam, perguntam... Até que ela chorou. Coisa que nunca tinha acontecido com as flores belas e infelizes. A terra levou um susto quando sentiu o pingo de uma lágrima quente, porque as outras flores não choravam. E ela chamou a árvore e lhe contou baixinho:

 - A florinha está chorando. E a terra chorou também. A árvore chamou os pássaros e lhes contou o que estava acontecendo. E, enquanto falava, foi murchando, esticando seus galhos num longo lamento, e continua a chorar até hoje, à beira dos rios e dos lagos, aquela árvore triste que tem o nome de chorão. E das pontas dos seus galhos correram as lágrimas que se transformaram num fiozinho de água... Os pássaros voaram até as nuvens. 

- Nuvens, a florinha está chorando. E choraram lágrimas que se transformaram em pingos de chuva... As nuvens choraram também, juntando-se aos pássaros numa chuva enorme, choro do céu. As lágrimas das nuvens molharam as camisolas dos anjinhos que brincavam no céu macio. E quiseram saber o que estava acontecendo. E quando souberam que a florinha estava chorando, choraram também... E Deus, que era uma flor, começou a chorar também. E a sua dor foi tão grande que, devagarinho, como se fosse espinho, ela foi cortando uma de suas pétalas. E Deus ficou tal e qual a florinha. E aquele choro todo, da terra, das árvores, dos pássaros, dos anjos, de Deus, virou chuva, como nunca havia caído. O sol, sempre amigo e brincalhão, não agüentou ver tanta tristeza. Chorou também. E a sua boca triste virou o arco-íris... E as chuvas viraram rios e os rios viraram mares. Nos rios nasceram peixes pequenos. Nos mares apareceram os peixes grandes. A florinha abriu os olhos e se espantou com todo aquele reboliço. Nunca pensou que fosse tão querida. E a sua tristeza foi virando, lá dentro, uma espécie de cócega no coração, e sua boca se entortou para cima, num riso gostoso... E foi então que aconteceu o milagre. As flores belas e infelizes não tinham perfume, porque nunca riam. Quando a florinha sorriu, pela primeira vez, o perfume bom da flor apareceu. O perfume é o sorriso da flor.E o perfume foi chamando bichos e mais bichos... Vieram as abelhas... Vieram os beija-flores... Vieram as borboletas... Vieram as crianças. Um a um, beijaram a única flor perfumada, a flor que sabia sorrir. E sentiram, pela primeira vez, que a florinha, lá dentro do seu sorriso, era doce, virava mel... Esta é a estória do nascimento da alegria. De como a tristeza saiu do choro, do choro surgiu o riso e o riso virou perfume. A florinha não se esqueceu de sua pétala partida. Só que, deste dia em diante, ela não mais sofria ao olhar para ela, mas a agradava, como boa amiga. Quanto aos regadores dos anjos, nunca mais foram usados. De vez em quando, olhando para as nuvens, a gente vê um deles, guardado lá dentro, já velho e coberto de teias de aranha... Enquanto a florinha de pétala partida estiver neste mundo, a chuva continuará a cair e o brinquedo de roda em volta do seu sorriso e do seu perfume não terá fim...


Perguntas para reflexão

  1. Como era o reino das flores no início da história? O que predominava em seus corações?
  2. Que acontecimento diferente ocorreu no reino? 
  3. Como a florzinha se sentia? Como quem ela conversava?
  4. Houve um grande movimento no reino após o nascimento daquela florzinha. Como foi tudo isso?
  5. Como Deus se sentiu diante de tal situação?
  6. Aqui, a sala de aula, não é um jardim, mas vamos nos comparar com um. Nós somos todos iguais? Em que somos iguais? Em que somos diferentes?
  7. Como devemos agir para que entre nossas igualdades e diferenças cresçamos e aprendamos uns com os outros?

Sugestão de atividades

Após realizar o diálogo reflexivo com os alunos, pedir para que façam o registro do assunto abordado por meio de uma produção de texto ou através de um desenho.

Músicas:

Vamos construir – Sandy e Junior
Pé de Alegria – Flávia Wenceslau

Dinâmica:

Juntos construir o Contrato Didático da sala.


Nenhum comentário:

Postar um comentário